Pirâmide invertida suscita mistério e curiosidade no Louvre

Sob uma rótula disfarçada com arbustos verdes, entre o Arco do Triunfo do Carrossel e a calçada de acesso do Museu do Louvre, está a quinta pirâmide de Ieoh Ming Pei, arquiteto norte-americano de origem chinesa, idealizador das pirâmides do mais famoso museu do mundo.

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A Pirâmide Invertida do Louvre, como é conhecida, também é feita de vidro transparente e metal, mas é menor que a Grande Pirâmide, que fica para o lado de fora. Foi instalada de cabeça para baixo, suspensa a poucos centímetros de distância de outra pirâmide, esta de pedra. Funciona na verdade como uma grande ‘janela’ para iluminar o centro comercial que ali funciona.

Foi a última das pirâmides do Louvre aberta a visitas, em meados dos anos 1990. As outras quatro foram inauguradas há 30 anos, em março de 1989.

A Pirâmide Invertida ficou famosa pelo mistério gerado pelo livro de ficção O Código da Vinci, de Dan Brown, segundo o qual abaixo dela encontrava-se uma câmara secreta com o túmulo de Maria Madalena. Outros autores também já exploraram o tema na literatura, sugerindo que a Pirâmide Invertida, tal como se apresenta, é carregada da simbologia maçônica, porque nesse espaço, no subsolo do Louvre, já teria funcionado um templo maçônico no passado.

De concreto, no subsolo abaixo da Pirâmide Invertida foram encontrados nos anos 1980 traços de um antigo ateliê, ao que tudo indica de Bernard Palissy (1510-1589), um ceramista adepto ao protestantismo, protegido da rainha Catarina de Médici (1519-1589), e autor de uma gruta nas Tulherias. A descoberta do ateliê foi durante o Grand Louvre, projeto de ampliação do museu sob a presidência de François Mitterrand (1916-1996), mesma época em que resquícios medievais do Palácio do Louvre integraram-se ao acervo, visitado anualmente por aproximadamente 10 milhões de pessoas.