No dia 31 de março de 1889, há pouco mais de 130 anos, Paris ganhava talvez seu monumento mais representativo: a Torre Eiffel.
Construída para comemorar o centenário da Revolução Francesa, durante uma das tantas exposições universais realizadas na capital francesa à época, o combinado era que seria desmontada 20 anos depois.
A montagem da base começou em 1º de julho de 1887 e terminou 21 meses depois. Um recorde naquele tempo.
As mais de 18 mil peças projetadas e milimetricamente calculadas foram montadas por uma equipe entre 150 e 300 trabalhadores, supervisionados por veteranos de grandes viadutos metálicos.
Não foi desmontada, mas salva com a transmissão de rádio. Em 5 de novembro de 1898, Eugene Ducretet fez uma demonstração pública de transmissão por “telegrafia sem fio” entre a torre e o Panteão, conta o badalado jornalista francês Stéphane Bern. Somado à simpatia e à popularidade, se tornou um dos principais ícones da capital francesa.
O acesso ao público se deu pela pela primeira vez em maio, sob as críticas de quem o ‘acusava’ de destoar com os tons pasteis e arquitetura clássica. Com mais de 300 metros de altura, quando foi inaugurada, era a construção mais alta do mundo. Para chegar até o topo, era preciso enfrentar os 1.710 degraus, desafio vencido por muitos.
Como um camaleão, em meio às pinceladas de uma aquarela, a Torre Eiffel já mudou de cores várias vezes durante os 130 anos de sua existência. De acordo com o site oficial do monumento, já foi pintada (e repintada) 19 vezes desde a sua construção, em média uma pintura a cada sete anos.
Antes mesmo de ser montada, entre 1887 e 1888, para a exposição universal, sobre suas peças de aço foram aplicadas camadas de vermelho-veneza. No ano seguinte, já montada, a cor escolhida foi marrom-vermelho. Em 1892, a Torre Eiffel torna-se ocre puxando para o marrom. Em 1899, passa a exibir nova ‘roupagem’, com cinco tons de amarelo alaranjado a amarelo claro na base.
É a partir de 1899, que se define em sete anos o ‘prazo de validade’ de sua pintura. Em 1907, 1917, 1924, 1932, 1939 e 1947, a “Dama de ferro” passa a ser amarela, puxando para o marrom. Em 1954 e 1961, a cor escolhida foi um vermelho-marrom.
A paleta de cores padronizou em 1968. Desde então, a cor oficial é o brow-eiffel-tower, um marrom degradado em três tons, do mais escuro ao mais claro.
Construída com aço doce, ferro com alto índice de pureza, a Torre Eiffel é protegida da oxidação por várias camadas de tinta, garantia de sua durabilidade. As campanhas para sua pintura de 2002 e 2009 se valerem de uma fórmula sem pigmentos de chumbo, substituídas por pigmentos de fosfato de zinco como agente anticorrosivo, mais resistente à poluição atmosférica.
Curiosidade: para pintar os 2,5 milhões de metros quadrados da Torre Eiffel, são necessárias 60 toneladas de tinta, uma empreitada que dura em média 18 meses sob a responsabilidade de 25 pintores especializados. O custo de cada pintura fica em 4 milhões de euros.