Já ouviu falar em arquitetura haussmanniana?
Pois bem, em Paris, ela está por todos os lados, nas fachadas dos prédios privados, em monumentos públicos, nas ruas, avenidas, espaços verdes, mobiliário urbano e até nos esgotos.
Trata-se de um estilo arquitetônico que deu nova ‘cara’ à capital francesa a partir de meados do século 19. Paris era praticamente medieval nessa época, uma questão que se agravava com o aumento populacional.
O centro da cidade estava deteriorado, imóveis ‘apinhados’ em ruas estreitas e insalubres. George-Eugène Haussmann foi o idealizador dessa ampla reforma urbana, encomendada pelo imperador Napoleão III, sobrinho de Napoleão Bonaparte, “para arejar, unificar e embelezar Paris”, seguindo uma tendência de cidades, como Londres, que se transformou com a revolução industrial.
A reforma urbana de Paris foi implementada para melhorar o visual, a circulação e a higienização da cidade, mas também escondia uma estratégia militar, controlar rebeliões populares sempre presentes no DNA parisiense.
Com ruas mais largas, ficava mais fácil o deslocamento de tropas para conter motins. Durante mais de 20 anos, por meio de parcerias entre poder público e iniciativa privada, Paris virou um canteiro de obras, com abertura de grandes avenidas, construção de monumentos, implantação de rede de esgotos e homogeneização e alinhamento de imóveis.
O plano haussmanniano previa a demolição de mais de 19 mil prédios históricos e a construção de outros 34 mil. Entram assim em cena prédios neoclássicos de tons creme devidamente alinhados e proporcionais.
Andando hoje pela capital francesa, é comum identificar esses imóveis de arquitetura haussmanniana.
Seguem um padrão: térreo e mezanino mais fortificados; segundo andar com uma ou duas varandas; terceiro e quarto andares no mesmo estilo, mas com janelas menos enfeitadas; quinto andar com varanda giratória e sem decoração; e sótão a 45 graus. A gradação estética dos edifícios é paralela à gradação social. Mais riqueza nos primeiros andares, mais sobriedade nos demais. Com tetos cinzas, de zinco ou ardósia, a Paris ‘inventada’ no século 19 que não cansamos de apreciar.
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