Em Paris, portraits de celebridades mantêm viva a memória

Arte misturada ao mobiliário urbano, para manter viva a memória. Em Paris, são vários os exemplos, mas duas séries de portraits, em especial, dão cor e significado aos terceiro, quatro e quinto arrondissements da capital francesa.

Vale a pena conhecer, durante um passeio a pé, de preferência guiado com informações e fotos profissionais. Portraits du Grand Siècle du Marais e Illustres! C215 autour du Panthéon são obra do artista francês Christian Guémy, que assina pelo apelido C215.

Portraits du Grand Siècle du Marais traz figuras emblemáticas do século 17 pintadas em caixas de eletricidade, caixas de correio, portas de metal… O período, que vai do início do reinado de Henri IV, em 1589, à morte de Luís XIV, em 1715, é considerado o século de maior valorização desse bairro parisiense, celeiro intelectual, cultural, artístico e social, palco de intensos debates em torno de grandes questões contemporâneas.

Philippe de Champaigne (1602-1674), pintor, e Salomon de Brosse (1571-1626), arquiteto, foram protagonistas na construção da Igreja Saint-Gervais-Saint-Protais, que fica no eclético Le Marais.

 

A marquesa Marie de Rabutin-Chantal, Madame de Sévigné (1626-1696), antiga moradora do atual prédio onde está instalado o Museu Carnavalet, e Françoise de Rochechouart de Mortemart, Madame de Montespan (1640-1707), frequentadora de salões literários, também são conhecidas da região.

Numa das ruas do Le Marais, encontramos Molière (1622-1673) e Pierre Corneille (1606-1684), célebres dramaturgos franceses representados um próximo do outro.

E tem mais: François Couperin (1668-1733), o Grande, compositor, organista e clavista; e Simon Vouet (1590-1649), pintor.

Os outros portraits, espalhados por aproximadamente 15 ruas dos terceiro e quarto arrondissements, retratam ainda Henri IV (rei); Luís XIII (rei); Ninon de l’Enclos (cortesã e mulher de letras); Maximilien de Béthune, o duque de Sully (nobre); Madeleine de Scudéry (mulher de letras); François Mansart (arquiteto); Louis Le Vau (arquiteto); Jacques-Bénigne Bossuet (bispo e escritor); Anne de Rohan-Chabot, a Princesa de Soubise (nobre); Charles Le Brun (pintor e decorador), e Eustache Le Sueur (pintor e desenhista).

Já a série Illustres! C215 autour du Panthéon reproduz portraits de celebridades que repousam no mausoléu e também de outras que, na história do Panteão, foram homenageadas publicamente.

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O Panteão foi inaugurado no final do século 18, para abrigar personalidades civis com atuação marcante na França. A série Ilustres apresenta portraits de Victor Hugo (escritor), Louis-Antoine de Bougainville (navegador), Pierre Brossolette (jornalista), Marie Curie (cientista), Henri Grégoire (religioso), Simone Veil (política), Emile Zola (escritor), Voltaire (filósofo), Jean Jacques Rousseau (filósofo), todos enterrados no Panteão.

Aimé Cesaire (poeta), Berty Albrecht (enfermeira) e Henri Bergson (filósofo) estão entre as personalidades que já foram reconhecidas publicamente pelo Panteão. A ideia dos portraits é aproximar os ‘imortais’ dos cidadãos e visitantes que circulam por Paris e que, muitas vezes, desconhecem o que é o Panteão e para que serve.

Os portraits aqui reunidos, para ilustrar os ‘imortais’, são de Victor Hugo, Henri Grégoire, Bougainville, Berty Albrecht e de Aimé Cesaire.